Arrependimento
Que Tempo é este
Que passa sem eu autorizar?
Não pede licença, nem espera
Ora lento ora devagar,
Em perigo constante de escassear?
Mas que tempo? Estou neurótica!
Pois o Tempo de que falo não existe.
Como é possível se ainda mal começou?
Logo não é o Tempo mas a Acção que persiste
Nas lacunas daquele que antes de correr parou.
Ah! Dor maldita que me cravas a pele
Que me sentes o sangue, o odor a fel.
Rasga, remói, fere, pisa e machuca
Acaricia com espinhos a ferida aberta
És tu pesaroso remorso, estou certa!
Marta Catarina Oliveira Carvalho
poema publicado in Amo de ti, Cancioneiro Infanto-juvenil para a Língua Portuguesa,
Vol. XV, 6.º Concurso poético. Lisboa: Instituto Piaget.
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