Esta expressão usa-se quando alguém dá um palpite numa área que não é a sua, achando que tem conhecimento para algo quando não tem. A origem deste dito remonta ao escritor latino Plínio (23-79 d.C.), que imortalizou o pintor grego Apeles, habitante da Jónia no século IV. Plínio contava que Apeles tinha hábito de exibir os seus quadros à porta do ateliê e de se esconder, ouvindo os comentários dos que por ali passavam. Certa vez, passou um sapateiro, que criticou a forma como a sandália tinha sido alterada. E, de ego inchado, teceu nova crítica, desta vez à perna da figura. Então Apeles saiu do sitio onde estava escondido e disse: "Não vá o sapateiro além das suas sandálias". Como quem diz: cada um que fale apenas do que sabe.
REVISTA 27/DEZ/14