LIBERDADE TRINTA E NOVE ANOS DEPOIS
O despertador tocou
A mão estendi!
Ele se calou
Que dia é, não ouvi?
Há que lutar pelo pão,
Com o suor do rosto,
Com a força da mão!
Não! Porque hoje é…
O dia da liberdade!
Trinta e nove são
Os anos que lá vão,
Que não foi em vão,
Que minha mãe sobressaltou
Em meu leito me acordou!
Filho acorda que a liberdade
Está a passar por aqui!
A revolução está na cidade!
Não podes ir trabalhar aqui!
Mãe, se está a liberdade
A passar por aqui,
Não me cortes a liberdade,
De poder vê-la,
De poder senti-la!
Se não posso ir lutar
Porque a revolução está no ar
Deixa-me senti-la,
Deixa-me tê-la,
Que muito custou a liberdade
Em conquistá-la
Para que fosse nossa
E agora venham tirá-la
Com atitudes ignóbeis
De dívidas soberanas
Falsos deficits
Malandros agiotas
Quando os cravos que andam na rua
Libertando-nos das amarras
Da austeridade!
Que só nos tira o pão
Que temos de ganhar
Com o suor do rosto,
Com a força da mão!
Muito nos custaram a ganhar!
Todos estes anos a penar!
Levanta-te e ganha coragem
Para poderes dizer não
Ao que te fazem,
Sem perdão!
Sem perdão!
Autor: José António Paiva
Joane, Maio 2013
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