Oito da manhã e eu dirigia-me à paragem do autocarro. Tinha
chovido há pouco. Enquanto caminhava pelas ruas ia observando o que me rodeava.
Estava tudo molhado e no ar pairava um agradável odor a terra molhada enquanto,
no céu, as nuvens cinzentas e carregadas ameaçavam mais um aguaceiro. A agitação
já começara e as pessoas, umas apressadas, outras concentradas nos seus
problemas ou então focadas nos seus telemóveis.
Finalmente, chega o meu
autocarro entro e sento-me. Ao meu lado seguem duas raparigas, altas e bonitas
e que aparentavam ter uns dezasseis ou dezassete anos. Esperava delas uma conversa
animada, mas em vez disso as duas estavam agarradas ao telemóvel e trocavam
mensagens. Entre elas não havia um único sorriso, uma palavra, nem sequer um
comentário. Uns bancos mais à frente segue um grupo de rapazes, uns ouvem
música abanando a cabeça ao compasso da melodia e outros estavam agarrados aos
telemóveis, a jogar e a trocar mensagens. Entre eles também não havia diálogo,
não conversavam.
Saí, incrédula com o que vi. Será que nenhum jovem consegue
ter uma conversa animada, cara a cara? Esses novos
hábitos demonstram a revolução que os aparelhos eletrónicos estão a causar na comunicação
entre as pessoas.
Adriana Martins, nº1 9ºG
Nota: Agradecimento à professora de Português Carmen Azevedo e parabéns à Adriana por ousar publicar.
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