Pobreza Esquecida
Tantas vezes me encontro só,
Tantas vezes dou por mim a pensar,
Tantas vezes relembro que somos pó
Aqui neste mundo a habitar.
Tantos são os assuntos que gostamos de pensar,
Tantas são as tristezas que queremos esquecer.
Ser feliz é para o nosso umbigo olhar,
Não sabendo como a pobreza desaparecer.
Amar os outros já é pecado.
Ser poderoso é a nós mesmos amar.
Este mundo, ingrato tem andado,
Desde que eu cá vim parar.
Este problema aumenta de dia para dia.
Não há ninguém que o queira enfrentar.
Para os poderosos é uma alegria,
Permitindo-lhes endinheirar.
Ser pobre é nada ter para dar.
Ser rico é nada querer oferecer.
Ser endinheirado é só o dinheiro amar
E ser mendigo é esquecido viver.
Ana Paula Sampaio Pereira
poema publicado in Amo de ti, Cancioneiro Infanto-juvenil para a Língua Portuguesa,
Vol. XV, 6.º Concurso poético. Lisboa: Instituto Piaget.
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