O sueco Tomas Tranströmer, 80 anos, autor de "Den stora gatan" (O Grande Enigma, 2004) foi distinguido hoje com o prémio Nobel da Literatura. O galardão foi anunciado hoje em Estocolmo às 12h (horário de Lisboa). O prémio tem o valor monetário de dez milhões de coroas suecas, cerca de 1,1 milhões de euros.
O prémio Nobel da Literatura 2011 é representante da poesia lírica, que não era premiada pela academia sueca desde 1996, ano em que foi eleita a poetisa polaca Wislawa Szymborska. A Academia sueca anunciou que Tranströmer merceu o galardão "porque, através das suas imagens condensadas e translúcidas, dá-nos um acesso fresco à realidade". Além da sua obra poética, tem-se destacado como tradutor.
No livro "21 poetas suecos", publicado em 1981 pela editora Vega, uma obra organizada por Vasco Graça Moura e Ana Hatherly, surge o poema "Lisboa", onde o poeta sueco destaca elementos típicos das zonas históricas da capital portuguesa.
"No bairro de Alfama os elétricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes/Havia lá duas cadeias. Uma era para ladrões/Acenavam através das grades/Gritavam que lhes tirassem o retrato", escreveu Tomas Tranströmer.
"Mas aqui´, disse o condutor e riu à socapa como se cortado ao meio/´aqui estão políticos'. Vi a fachada, a fachada, a fachada e lá no cimo um homem à janela/tinha um óculo e olhava para o mar", relata o laureado com o Nobel da Literatura 2011.
"Roupa branca no azul. Os muros quentes/As moscas liam cartas microscópicas/Seis anos mais tarde perguntei a uma senhora de Lisboa/´será verdade ou só um sonho meu?´", finaliza o poeta sobre a cidade junto ao Tejo.
Uma passagem pelo Funchal também inspirou Tomas Transtroemer, dedicando-lhe um verso onde destaca o mar, a receita atlântica do peixe com tomate e a "língua estranha".
Em 2010, a Academia sueca distinguiu o escritor de origem peruana Mário Vargas Llosa, autor de "Conversa n'A Catedral" e de "Guerra do Fim do Mundo". Os últimos galardoados, anteriores a Llosa, foram Herta Müller (2009), Jean-Marie Gustave Le Clézio (2008), Doris Lessing (2007), Orhan Pamuk (2006), Harold Pinter (2005), Elfriede Jelinek (2004) e John M. Coetze (2003).
O prémio Nobel da Literatura foi atribuído em 1998 a José Saramago.
Fonte: Expresso online
Fonte: Expresso online
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