Luísa Dacosta
Maria Luísa Saraiva Pinto dos Santos (Ferreira da Costa pelo
casamento), que adotaria o nome literário de Luísa Dacosta, nasceu em
Vila Real de Trás-os-Montes, em 1927. Formada em Histórico-Filosóficas, foi
professora de Língua Portuguesa, no 2.º ciclo do Ensino Básico, em escolas do
Porto.
É autora de uma obra literária (para adultos) de qualidade
reconhecida pela crítica, várias vezes premiada, cujo primeiro volume, Província,
foi editado em 1955. Nos contos, nas ficções mais longas, nas crónicas (A-Ver-O-Mar:
Crónicas, 1981; Morrer a Ocidente: Crónicas, 1990) e nos seus
dois volumes de diário (Na Água do Tempo: Diário, 1992; Um Olhar
Naufragado: Diário II, 2008), oscila entre uma prosa realista e uma prosa
intimista, de fundo autobiográfico, apresentando uma «escrita perto, muito
perto, do coração das coisas» (Morão, 1993: 121).
Luísa Dacosta recebeu a Medalha de Mérito da Cidade do Porto
e, em 2002, viu a qualidade da sua obra literária consagrada pela atribuição do
Prémio «Uma Vida Uma Obra» da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do
Porto. Em 2004, por ocasião dos trinta anos do 25 de Abril e dos 150 anos da
morte de Almeida Garrett, e com base na decisão de um júri nomeado para o
efeito, a Cooperativa Artística Árvore promoveu homenagens a diversas
personalidades do Porto que, nas três últimas décadas, se haviam destacado em
áreas diversas. Luísa Dacosta foi a personalidade distinguida na área da
Educação. Foi galardoada ainda com o Prémio Máxima, pelo seu volume de
diário Na Água do Tempo e, pela sua carreira literária, com o
Prémio Vergílio Ferreira de 2010, atribuído pela Universidade de Évora.
É, ainda, autora de
outros tipos de textos para crianças. Em Lá vai uma… lá vão
duas…, obra distinguida com o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para
Crianças em 1994, reconta, recriando-os, textos da tradição oral. Em Teatrinho
do Romão e em Robertices, recria, em linguagem
dramática, outros contos ou peças breves da tradição popular portuguesa. Um
texto de cariz histórico, A batalha de Aljubarrota, embora com os
singulares traços estilísticos que descobrimos noutras obras, é outra área de
intervenção explorada pela Autora para os mais pequenos.
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