quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Autor do mês - 1º ciclo


 Luísa Dacosta


Maria Luísa Saraiva Pinto dos Santos (Ferreira da Costa pelo casamento), que adotaria o nome literário de Luísa Dacosta, nasceu em Vila Real de Trás-os-Montes, em 1927. Formada em Histórico-Filosóficas, foi professora de Língua Portuguesa, no 2.º ciclo do Ensino Básico, em escolas do Porto.

É autora de uma obra literária (para adultos) de qualidade reconhecida pela crítica, várias vezes premiada, cujo primeiro volume, Província, foi editado em 1955. Nos contos, nas ficções mais longas, nas crónicas (A-Ver-O-Mar: Crónicas, 1981Morrer a Ocidente: Crónicas, 1990) e nos seus dois volumes de diário (Na Água do Tempo: Diário, 1992Um Olhar Naufragado: Diário II, 2008), oscila entre uma prosa realista e uma prosa intimista, de fundo autobiográfico, apresentando uma «escrita perto, muito perto, do coração das coisas» (Morão, 1993: 121).

Luísa Dacosta recebeu a Medalha de Mérito da Cidade do Porto e, em 2002, viu a qualidade da sua obra literária consagrada pela atribuição do Prémio «Uma Vida Uma Obra» da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Em 2004, por ocasião dos trinta anos do 25 de Abril e dos 150 anos da morte de Almeida Garrett, e com base na decisão de um júri nomeado para o efeito, a Cooperativa Artística Árvore promoveu homenagens a diversas personalidades do Porto que, nas três últimas décadas, se haviam destacado em áreas diversas. Luísa Dacosta foi a personalidade distinguida na área da Educação. Foi galardoada ainda com o Prémio Máxima, pelo seu volume de diário Na Água do Tempo e, pela sua carreira literária, com o Prémio Vergílio Ferreira de 2010, atribuído pela Universidade de Évora.

 É, ainda, autora de outros tipos de textos para crianças. Em Lá vai uma… lá vão duas…, obra distinguida com o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças em 1994, reconta, recriando-os, textos da tradição oral. Em Teatrinho do Romão e em Robertices, recria, em linguagem dramática, outros contos ou peças breves da tradição popular portuguesa. Um texto de cariz histórico, A batalha de Aljubarrota, embora com os singulares traços estilísticos que descobrimos noutras obras, é outra área de intervenção explorada pela Autora para os mais pequenos.


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