sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Outono na Biblioteca

No entardecer da terra, 
O sopro do longo outono 
Amareleceu o chão. 
Um vago vento erra, 
Como um sonho mau num sono, 
Na lívida solidão. 
 Soergue as folhas, e pousa 
As folhas volve e revolve
 Esvai-se ainda outra vez. 
Mas a folha não repousa 
E o vento lívido volve 
E expira na lividez. 
 Eu já não sou quem era; 
O que eu sonhei, morri-o; 
E mesmo o que hoje sou 
Amanhã direi: quem dera 
Volver a sê-lo! mais frio.
 O vento vago voltou.

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